Epidemiological profile of breast cancer in a reference hospital in the north region / Perfil epidemiológico do câncer de mama em hospital de referência da Região Norte

Introduction: Breast cancer is a public health issue, not only in underdeveloped countries, as is the case of Brazil, but also in developed ones, such as the United States and some Western European countries. The frequency of distribution of different types of cancer varies according to the characteristics of each region, which emphasizes the need to study geographical variations, risk factors, and disease patterns that pervade regional particularities. Objective: The present study describes the epidemiological profile of patients treated at a reference cancer hospital in the North Region of the country and determines the variables of clinical and epidemiological interest related to risk factors for breast cancer. Methods: This is a cross-sectional descriptive study conducted through interviews and analysis of medical records of 114 patients treated at Hospital Ophir Loyola between 2016 and 2017 in the city of Belém, Pará. Data were presented as absolute and relative frequencies. Results: Most women who participated in the study were multiracial, overweight, with a mean age of 51 years, and had low schooling. A little over half of them were born in the inland of the state; the majority lived in the metropolitan area of Belém, 42% in the inland, and only 11% in the countryside. The mean interval between clinical suspicion and diagnostic confirmation was almost 13 months. The most frequent histopathological classification was invasive ductal carcinoma, and the immunohistochemical profile with the higher incidence was luminal B, followed by luminal A. Conclusions: Overweight, considered a risk factor for breast cancer, is modifiable, which underlines the importance of awareness actions for early diagnosis, knowledge of the disease, and encouragement to physical activity and healthy eating habits, in order to reduce morbidity and mortality, and improve the prognosis of women affected by this pathology

Introdução: O câncer de mama é um problema de saúde pública não só em países subdesenvolvidos, como é o caso do Brasil, mas também nos desenvolvidos, como Estados Unidos e alguns países da Europa Ocidental. A frequência de distribuição dos diferentes tipos de câncer é variável em função das características de cada região, o que enfatiza a necessidade do estudo das variações geográficas, dos fatores de risco e dos padrões dessa doença que perpassam pelas particularidades regionais. Objetivo: O presente estudo descreve o perfil epidemiológico das pacientes atendidas no hospital de referência em oncologia da região Norte do país e determina as variáveis de interesse clínico e epidemiológico que se relacionam aos fatores de risco na ocorrência do câncer de mama. Métodos: O e studo é t ransversal e descritivo, realizado p or meio de entrevista e análise de prontuários clínicos de 114 p acientes atendidas no Hospital Ophir Loyola entre os anos de 2016 e 2017, no município de Belém, no estado do Pará. Os dados foram apresentados em forma de frequências absoluta e relativa. Resultados: A maioria das mulheres pesquisadas era parda, com média de idade de 51 anos, encontrava-se acima do peso e apresentava baixa escolaridade. Um pouco mais da metade era natural do interior do estado, e a maioria era procedente da região metropolitana de Belém, 42% delas vinham do interior e apenas 11% residiam em zona rural. A média de tempo entre a suspeita clínica e a confirmação diagnóstica foi de quase 13 meses. A classificação histopatológica de maior frequência foi carcinoma ductal invasivo e o perfil imunohistoquímico de maior ocorrência foi o luminal B, seguido de luminal A. Conclusões: O sobrepeso, considerado fator de risco para o câncer de mama, é passível de modificação, o que evidencia a importância de ações de esclarecimento sobre detecção precoce, conhecimento da doença e incentivo à prática de exercício físico e alimentação saudável, a fim de reduzir a morbidade e mortalidade, melhorando o prognóstico das mulheres acometidas por essa patologia

Resting blood lactate in individuals with sickle cell disease

BACKGROUND: The most common hereditary hemoglobin disorder, affecting 20 million individuals worldwide, is sickle cell disease. The vascular obstruction resulting from the sickling of cells in this disease can produce local hypoxemia, pain crises and infarction in several tissues, including the bones, spleen, kidneys and lungs. METHODS: The present study is characterized as a case control study, with the aim of identifying the baseline blood lactate concentration in individuals with hemoglobin SS and SC diseases. One-way ANOVA with the Tukey post-test was used to analyze the results and a p-value < 0.05 was considered significant. Calculations were made using the INSTAT statistical program. The graphs were generated using the ORING program. The study sample was composed of 31 men and women residing in the city of Santo Antônio de Jesus, Bahia, Brazil. The individuals were divided into two groups: Group GC of 16 subjects who did not present with any type of structural hemoglobinopathy; and Group GE composed of 15 individuals with ages between 2 and 35 years old, who had the SS and SC genotypes. Sample analyses were performed with 3 mL of blood during fasting. RESULTS: The baseline blood lactate concentration of the SS and SC individuals was higher than that of the control group (p<0.001) with means of 4.86 ± 0.95; 3.30 ± 0.33; 1.31 ± 0.08 IU/L for SS, SC and controls, respectively. This corroborates the initial research hypothesis. CONCLUSION: The baseline blood lactate of SS and SC individuals is 3 to 4 times higher than that of healthy subjects, probably due to the fact that these patients have a metabolic deviation to the anaerobic pathway.

Beta-globin haplotypes in normal and hemoglobinopathic individuals from Reconcavo Baiano, State of Bahia, Brazil

Five restriction site polymorphisms in the Beta-globin gene cluster (HincII-5'épsilon, HindIII-Ggama, HindIII-Agama, HincII-PsiBeta1 and HincII-3'PsiBeta1) were analyzed in three populations (n = 114) from Reconcavo Baiano, State of Bahia, Brazil. The groups included two urban populations from the towns of Cachoeira and Maragojipe and one rural Afro-descendant population, known as the "quilombo community", from Cachoeira municipality. The number of haplotypes found in the populations ranged from 10 to 13, which indicated higher diversity than in the parental populations. The haplotypes 2 (+----), 3 (----+), 4 (-+--+) and 6 (-++-+) on the BetaA chromosomes were the most common, and two haplotypes, 9 (-++++) and 14 (++--+), were found exclusively in the Maragojipe population. The other haplotypes (1, 5, 9, 11, 12, 13, 14 and 16) had lower frequencies. Restriction site analysis and the derived haplotypes indicated homogeneity among the populations. Thirty-two individuals with hemoglobinopathies (17 sickle cell disease, 12 HbSC disease and 3 HbCC disease) were also analyzed. The haplotype frequencies of these patients differed significantly from those of the general population. In the sickle cell disease subgroup, the predominant haplotypes were BEN (Benin) and CAR (Central African Republic), with frequencies of 52.9 percent and 32.4 percent, respectively. The high frequency of the BEN haplotype agreed with the historical origin of the afro-descendant population in the state of Bahia. However, this frequency differed from that of Salvador, the state capital, where the CAR and BEN haplotypes have similar frequencies, probably as a consequence of domestic slave trade and subsequent internal migrations to other regions of Brazil.

Avaliação da cobertura do programa de triagem neonatal de hemoglobinopatias em populações do Recôncavo Baiano, Brasil / Evaluation of coverage by a neonatal screening program for hemoglobinopathies in the Recôncavo region of Bahia, Brazil

Em 2001, a Portaria n. 822/2001 do Ministério da Saúde tornou obrigatória a triagem neonatal para as hemoglobinopatias, especialmente a anemia falciforme, a doença genética mais comum no Brasil. A Bahia, em decorrência de sua história de povoamento, é o Estado com maior prevalência dessa doença no país. No presente trabalho, apresentamos a cobertura da triagem neonatal (número de recém-nascidos/número de triagens realizadas) no período de 2001 a 2003 nos municípios de Cachoeira, São Félix e Maragogipe, localizados na região do Recôncavo Baiano, e a freqüência das hemoglobinas variantes HbS e HbC na população dos mesmos municípios, com exceção de São Félix. A freqüência total estimada de portadores para as duas hemoglobinas nessas populações foi de 13,0 por cento e nos recém-nascidos de 8,5 por cento em 2001, 6,5 por cento em 2002 e 11,6 por cento em 2003. A cobertura da triagem neonatal, quando se considera o período de 2001 a 2003, caiu de 82,6 por cento para 46,4 por cento no Município de Cachoeira, aumentou de 23,7 por cento para 56,2 por cento em Maragogipe e em São Félix atingiu 100 por cento. Os dados aqui apresentados apontam para a necessidade de um melhor preparo dos serviços de saúde pública na maioria dos municípios analisados do Recôncavo Baiano para a cobertura da triagem neonatal.

In 2001, government ruling n. MS 822/01 by the Brazilian Ministry of Health made neonatal screening mandatory for hemoglobinopathies, with special focus on sickle cell disease, the most common hemoglobinopathy in Brazil. Bahia is the State of Brazil with the highest prevalence of this disease. The current paper reports on the prevalence of hemoglobin variants HbS and HbC, which cause sickle cell disease, in the cities of Cachoeira, Maragogipe, and São Félix, Bahia State. The overall proportion of carriers for the two forms of hemoglobin was 13 percent. From 2001 to 2003, the neonatal screening rate decreased from 82.6 percent to 46.4 percent in Cachoeira and increased from 37.0 percent to 56.2 percent in Maragogipe. Thus, only about one-half of children are being tested in these cities. The findings show that the public health care system in these cities is poorly prepared to screen for sickle cell disease in newborns and that there was a lack of health care personnel to follow up on newly diagnosed sickle cell patients or carriers of the sickle cell trait.

Estudo da origem do cromossomo 21 extra em portadores de síndrome de Down / Study of the origin of extra chromosome 21 in patients with Down syndrome

A trissomia do cromossomo 21, mais conhecida como síndrome de Down, geralmente resulta da falta de disjunção cromossômica durante a meiose. A origem da não disjunção vem sendo estudada através do uso de heteromorfismos citogenéticos e pelo estudo dos polimorfismos de DNA. Pequenas seqüências repetitivas foram descritas como uma classe abundante de polimorfismos de DNA no genoma humano as quais podem ser tipadas através da técnica de reação de polimerase em cadeia (PCR). A análise destes polimorfismos provê um conhecimento maior sobre a origem e o estágio meiótico da não disjunção. Neste trabalho foram utilizados os marcadores D21S13E, D21S16 e D21S120, localizados na região pericentromérica do cromossomo 21, além do HMG14-GT2, localizado na região 21q22.3, para estudar a origem e o estágio meiótico da não disjunção do cromossomo 21 extra em 32 famílias com um filho portador de síndrome de Down. Entre estas, 7 famílias (22%) foram informativas, mostrando que a não disjunção ocorreu na meiose I, e 3 casos foram de origem materna, comprovados através do estudo do sistema HMG14-GT2. Para os outros sistemas moleculares estudados no presente trabalho, nenhuma família se mostrou informativa.